Um pacto com a luz
Quem nasce numa ilha como a Madeira sabe que as flores e os frutos são uma espécie de confidência. Na pintura de Marta de Castro eles estão a assinalar o enigma e a revelação da vida. Por vezes apresentam-se fechados como assinatura desse mistério que nos acompanha, ainda por abrir, sempre por conhecer.
Outras vezes desenham-se abertos ou cortados a meio, expostos como ferida e íntimo segredo. Também isso somos. Esta pintura é um espelho silencioso que nunca nos devolve só a aparência, mas oferece-nos os contornos daquilo que, em nós, é interior e invisível. Assim revisita (e permite-nos revisitar) o pacto que temos com a luz.
José Tolentino Mendonça
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09-03-2015 00:05
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04-07-2014 16:34
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Marta de Castro
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